“Cobrado pela oposição sobre se usou um avião da empresa Sanches Tripoloni enquanto ministro, Paulo Bernardo (Comunições) respondeu, nesta terça-feira (23), que não se lembra dos prefixos das aeronaves em que viajou no ano passado. A declaração foi feita em audiência pública na Câmara para tratar da implantação da rádio digital no país.
Bernardo foi cobrado pela oposição a esclarecer suas relações com a empreiteira que tem obras com o governo federal no Paraná, terra do ministro, e doou recursos para a campanha da mulher dele, a também ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil.
Apesar de ter dito que não se lembra do prefixo da aeronave que utilizou, Paulo Bernardo afirmou que seria cauteloso na resposta porque “daqui a pouco aparece uma foto” dele num avião da empresa e vão dizer que ele mentiu.
O ministro disse apenas que se lembra que “pegou carona” numa aeronave pequena, mas não disse a quem pertencia. A aeronave da Sanches Tripoloni é um turbo hélice. O ministro afirmou ainda que é amigo há anos de um dos donos da empresa.
Na segunda-feira (22), em nota, ele já havia informado que utilizou aeronaves de “várias empresas” no ano passado, durante a campanha eleitoral, “nos fins de semana, feriados e férias”, e que o serviço foi pago.
O petista fez críticas à imprensa que publica informações “em off” (sem identificar o autor da denúncia). “[Depois] eu sou obrigado a dar explicações sobre uma suposta informação”, afirmou.
Ele disse que o jornalista não pode ser “desleixado, preguiçoso” e que tem que apresentar provas sobre o que publica. “A imprensa tem a liberdade de expressão, de circular a informação, ninguém pode pretender cercear, mas o mínimo que se pode pedir é que as matérias sejam apuradas, verificadas.”
Bernardo afirmou ainda que não tem procuração para falar sobre a ministra Gleisi, mas que, quando usou o avião da empresa, ela não era agente pública e não pode ser cobrada por isso. Segundo o ministro, as aeronaves que eles usaram na campanha da ministra ao Senado no ano passado foram pagas pelo partido ou pela campanha.
(Folha.com)
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