Lucro da Petrobras sobe 37% no semestre e atinge R$ 21,9 bilhões
RIO - O lucro da Petrobras somou R$ 21,928 bilhões no primeiro  semestre do ano, uma alta de 37% em relação aos R$ 16 bilhões do mesmo  período do ano passado e recorde da empresa para um período de seis  meses. Só no segundo trimestre, o lucro da estatal foi de R$ 10,9  bilhões frente aos R$ 8,295 bilhões apurados um ano antes, o que  equivale a um incremento de 32%.   
Já na comparação entre o primeiro e segundo trimestre, o lucro da  empresa ficou praticamente estável foram R$ 10,94 bilhões, contra R$  10,92 bilhões do primeiros três meses. O diretor financeiro da empresa,  Almbir Barbassa, admitiu que a falta de  reajuste dos preços da gasolina  e do diesel e o aumento dos custos operacionais explicam a estabilidade  do lucro.  
O aumento dos custos operacionais, incluindo maiores io segundo  trimestre, as vendas da companhia aumentaram 7% em relação ao trimestre  anterior.  
- O fato de não ter sido ajustado o preço tem realmente um  efeito. Neste momento, particularmente no segundo trimestre, onde a  curva do preço internacional subiu, tem um acúmulo de variação grande -  afirmou Barbassa.  
Mas o resultado da Petrobras no segundo trimestre do ano ao mesmo  tempo foi beneficiado pela valorização cambial, do real frente a moeda  americana. Segundo o diretor, o câmbio permitiu um ganho no trimestre de  R$ 1,9 bilhão.  
- Somos diferentes dos demais, mas ninguém tem o mercado que nós  temos no Brasil, e crescendo do jeito que está crescendo. Além disso,  temos um ganho, porque produzimos o nosso petróleo aqui. Se fôssemos  importar, pagaríamos ao menos US$ 8 por barril com transporte. Isso é  uma margem que fica com a Petrobras - afirmou.  
Para atender o fornte consumo da gasolina puxada pelos preços  altos do álcool e do maior consumo do mercado, a Petrobras importou, em  média, 14 mil barris por dia, e outros 160 mil barris diários de óleo  diesel.  
Receita e vendas crescemA receita total das  vendas da estatal subiu 12% no segundo trimestre ante o primeiro, para  R$ 61,47 bilhões, com a colaboração do maior valor do petróleo  exportado.  
Isso foi refletido no resultado da área de Exploração e Produção, que ficou quase R$ 3 bilhões acima do verificado há um ano.  
Por outro lado, o setor de Abastecimento registrou perda de R$  2,28 bilhões, ante perda de R$ 108 milhões no ano passado, já que a  companhia está importando derivados como gasolina e diesel a preços mais  elevados no exterior com o objetivo de atender a demanda no mercado  brasileiro.  
 - Houve substituição do etanol pela gasolina. Esse é um fator  que leva a maior consumo de derivados (de petróleo) no país - afirmou o  diretor financeiro Almir Barbassa, na apresentação dos dados no Rio de  Janeiro.  
Na média, os analistas estimavam uma alta de 32% do lucro líquido  da Petrobras no segundo trimestre de 2011, na comparação com igual  período de 2010, atingindo novo recorde. Segundo dados disponíveis no  próprio site da estatal, a média das estimativas de dez corretoras foi  de ganho de R$ 11 bilhões, ante R$ 8,3 bilhões obtidos entre abril e  junho do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, as  estimativas apontavam para um lucro líquido levemente maior.  
Na avaliação de Luiz Otávio Broad, da corretora Ágora, o aumento  do lucro se deve à questão cambial. Ele lembra que a Petrobras elevou  seu endividamento em dólar e, por isso, a valorização do real em relação  à moeda americana leva a um ganho contábil que acaba anulando o efeito  negativo da defasagem dos preços da gasolina e do diesel. Nos cálculos  de Broad, o real se valorizou 4,2% segundo trimestre deste ano, enquanto  no segundo trimestre de 2010, a moeda brasileira caiu em relação à  americana. Ele estimou lucro líquido de R$ 11,3 bilhões.  
Em relação à receita líquida, a média dos analistas esperava por  R$ 57,6 bilhões para o segundo trimestre, alta de 7% na comparação com o  segundo trimestre de 2010 (R$ 53,6 bilhões) e de 5% em relação ao  primeiro trimestre deste ano (R$ 54,8 bilhões). A média das estimativas  para geração de caixa (Ebitda) era de R$ 18,3 bilhões, alta de 15% ante  os R$ 15,9 bilhões apurados no segundo trimestre de 2010. Em comparação  com o primeiro trimestre (R$ 16,1 bilhões), a alta esperada era de  13,6%.
OGLOBO 
 
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