PP tem esquema de corrupção no Ministério das Cidades, diz revista
Segundo reportagem da 'IstoÉ', políticos favoreciam empreiteiras que contribuíram com campanhas eleitorais do partido no ano passado
Rodrigo Petry, da Agência Estado
O tesoureiro do Partido Progressista (PP), Leodegar  Tiscoski, e outros executivos ligados ao partido liberavam recursos para  obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU),  algumas delas com recomendação de "retenção dos pagamentos", segundo  reportagem da edição desta semana da revista IstoÉ.    
A reportagem afirma que, dos gabinetes do Ministério das Cidades,  comandado pelo PP, os políticos favoreciam empreiteiras que contribuíram  financeiramente com campanhas eleitorais do partido no ano passado. 
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, negou com veemência as acusações. 
Segundo a revista, Tiscoski é secretário de saneamento do  ministério desde 2007 e no ano passado atuou também na função de  tesoureiro nacional do PP. Documentos do Tribunal Superior Eleitoral  mostram que, em dezembro de 2010, Tiscoski assinou a prestação de contas  do partido. Ele afirmou à revista que não assina mais cheques ou ordens  bancárias como tesoureiro, mas admitiu que "encaminhou" a prestação de  contas ao Tribunal. O PP informou que as finanças do partido estão a  cargo do primeiro tesoureiro, o ex-deputado Feu Rosa, que, segundo a  revista, é assessor especial da pasta, cuidando do relacionamento do  ministério com o Congresso.
A reportagem diz que as empreiteiras contribuíram oficialmente com  R$ 15 milhões nas campanhas do PP em 2010, sendo a maior parte (R$ 8,7  milhões) na forma de doações ocultas. "Isso significa que o dinheiro foi  para a conta do partido, durante a campanha eleitoral, e imediatamente  distribuído entre seus candidatos", diz a publicação. A revista afirma  que três grandes construtoras, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e  Queiroz Galvão, repassaram legalmente um total de R$ 7,5 milhões para as  campanhas do PP.
Entre as obras com suspeitas apontadas pela reportagem e  questionadas pelo TCU estão às relacionadas aos trens urbanos de  Salvador (BA), a cargo da Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez; aos trens  urbanos de Fortaleza (CE), sob responsabilidade da Camargo Corrêa e  Queiróz Galvão; à implementação da linha 3 do metrô do Rio de Janeiro,  tocada pela Queiroz Galvão e Carioca Christiani-Nielsen; e o complexo  viário Baquirivu-Guarulhos, em São Paulo, a cargo da construtora OAS. 
FONTE ESTADÃO 
 
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