Preso em São Paulo, Edmundo será transferido para o Rio
Ex-jogador, que era considerado foragido, foi encontrado durante a mudrugada em um flat na capital paulista. Ele foi condenado a quatro anos e meio de prisão
 
                                                          Ex-jogador Edmundo dá entrevista coletiva após o acidente no dia 2 de dezembro de 1995, que vitimou três pessoas.                                          (Luiz Morier/AE)                        
  Preso em São Paulo na madrugada desta quinta-feira,  o ex-jogador de futebol Edmundo será levado para o Rio de Janeiro –  onde foi expedido o mandado de prisão contra o ex-atleta, na  terça-feira. A polícia fluminense já se prepara para buscar o jogador na  capital paulista, o que deve ocorrer ainda nesta quinta.
  Edmundo foi preso por agentes do Setor de Investigações Gerais (SIG) da  3ª Delegacia Seccional Oeste de São Paulo. O ex-jogador prestou  depoimento ao delegado Eduardo Castanheira até as 4h30. Ele seguiu,  então, em uma Parati vermelha, descaracterizada, da polícia, e sem falar  com a imprensa, para realizar exame de corpo de delito no Instituto  Médico Legal (IML) localizado na região da Ceagesp, na zona oeste.
  Após o exame, Edmundo voltou para a carceragem da Delegacia Seccional,  onde aguarda a chegada de policiais civis do Rio. O mandado de prisão,  segundo os policiais, foi enviado do Rio por fax para a delegacia em São  Paulo. Edmundo não possui formação superior, estudou até a 6ª série do  ensino fundamental, portanto, pela lei, não teria direito a cela  especial.
  Entenda o caso - O ex-jogador foi condenado em março  de 1999 a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semi-aberto,  pelos homicídios culposos de três pessoas e lesões corporais também  culposas em outras três, vítimas de acidente ocorrido na Lagoa, Zona Sul  do Rio, na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995.
  Edmundo dirigia um jipe Cherokee que bateu a 120 quilômetros por hora  num Fiat Uno, que capotou. Morreram na hora o motorista do Uno, Carlos  Pontes, sua namorada, Alessandra Perrota, e Joana Couto, que estava no  carro com o jogador e outras duas pessoas. Na ocasião, Edmundo não  passou por dosagem alcoólica, supostamente porque o hospital que o  atendeu não tinha frascos adequados para essa finalidade. Com catorze  recursos impetrados, onze deles antes mesmo da sentença, os advogados do  jogador conseguiram retardar o julgamento por três anos. Nesse meio  tempo, ele mudou-se para a Itália e foi à Copa do Mundo como reserva da  seleção brasileira.
  Zulmair Rocha / Arquivo / Agência O Globo
 
     Na foto, de 02/12/1995, a Cherokee de Edmundo após o acidente
  Julgamento - A sentença que condenou o ex-jogador foi  proferida pela 17ª Vara Criminal da Capital. Ele recorreu, mas a 6ª  Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio manteve a decisão no dia 5  de outubro de 1999. Segundo o juiz Carlos Eduardo de Figueiredo, ainda  não ocorreu o lapso temporal exigido pela lei para a prescrição do  crime, como alegava a defesa.
   Até hoje, Edmundo ficou preso por menos de 24 horas. Foi no dia 6 de  outubro de 1999, quando ele dormiu na sede da Polinter, no Rio de  Janeiro. Mas o castigo durou pouco. Ele foi libertado já no dia  seguinte, graças a um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de  Justiça. A partir daí, os advogados deram início a uma saga de recursos  para evitar que a prisão fosse consumad
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário