Palocci não convence Dilma e fica em situação crítica após nova denúncia
Além do desânimo da presidente com explicações do ministro na TV, revista revela que titular da Casa Civil mora em imóvel de uma empresa que usaria endereços falsos e laranjas
João Domingos e Leonencio Nossa / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
A situação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, piorou muito depois da entrevista que ele concedeu ao Jornal Nacional, na sexta-feira. E se agravou ainda mais depois da divulgação, pela revista Veja,  de que o apartamento de 640 metros quadrados que Palocci aluga, em São  Paulo, seria de uma empresa dirigida por laranjas, um de 23 anos, outro  de 17.   
A presidente Dilma Rousseff teve uma reação de desânimo depois de ver  a entrevista, de acordo com informações de bastidores do Palácio do  Planalto. E teria comentado que Palocci ficou devendo respostas a  respeito da lista de clientes, que, segundo ele próprio, foram entre 20 e  25. 
No Planalto já se fala que agora o governo deve entrar num clima de  transição na área política. Petistas que foram à festa de filiação do  deputado Gabriel Chalita ao PMDB, em São Paulo, chegaram a dizer que a  situação de Palocci se tornou "insustentável".
Antes mesmo da entrevista do titular da Casa Civil para esclarecer  suspeitas de enriquecimento ilícito, Dilma e auxiliares mais diretos  avaliavam que o ministro não conseguiria reverter a sua situação pessoal  nem a de engessamento do governo. 
O ministro Gilberto Carvalho, que ocupa atualmente a apagada pasta da  Secretaria-Geral, vem tentando ocupar um pedaço do "vácuo" nas  interlocuções do Planalto com setores da base aliada na falta de  Palocci, disseram auxiliares de Dilma. 
Carvalho sempre é lembrado pelo contato direto com o ex-presidente  Luiz Inácio Lula da Silva, maior fiador de Palocci no governo. Carvalho  também mantém boa relação com dirigentes do PT contrários à permanência  de Palocci, que reclamam da nomeação de aliados para cargos que disputam  na aliança partidária governista. A participação ativa de Carvalho na  busca de saídas para a crise não se limita a negociações com petistas.  Dilma encarregou o ministro de manter conversas permanentes com o  vice-presidente Michel Temer e líderes do PMDB.
FONTE ESTADÃO 
 
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